Advogada de 29 anos morreu, na madrugada de domingo (22); marido está preso por suspeita de feminicídio. Vizinhos também disseram ter visto mulher chorando na sacada.
Uma testemunha ouvida pela Polícia Civil de Guarapuava, na região central do Paraná, relatou que viu o marido recolhendo o corpo da mulher após queda do 4º andar e que ouviu gritos: “Meu amor, acorda”.
Tatiane Spitzner, de 29 anos, foi encontrada morta na madrugada de domingo (22), em um apartamento no Centro da cidade. O marido dela, Luis Felipe Manvailer, de 32 anos, foi preso em São Miguel do Iguaçu, a mais de 300 km de Guarapuava, após sofrer um acidente na BR-277. Ele é investigado por suspeita de feminicídio.
Dois vizinhos do casal prestaram depoimento à polícia e relataram que, na madrugada de domingo, ouviram gritos de socorro e foram até a janela para ver o que estava acontecendo. Eles disseram que viram a vizinha “debruçada no parapeito da varanda chorando bastante e com a cabeça abaixada”.

Testemunhas relatam gritos antes de advogada cair da janela no Paraná
Ainda segundo as testemunhas, quando viraram as costas para chamar a polícia, ouviram um forte barulho e, ao voltar até a janela, contaram ter avistado a vítima caída na calçada.
“Na janela presenciaram o marido da vítima juntando ela lá embaixo, desacordada ou já morta, gritando: “Meu amor, acorda” e em seguida carregou a vítima para dentro do edifício”, diz o depoimento de um dos vizinhos.
As testemunhas disseram, ainda, que não sabem dizer se Tatiane caiu ou se foi jogada.
Vizinho de casal relata pedidos de socorro e mulher chorando na sacada do apartamento ao lado (Foto: Reprodução)
Depoimento do marido
No depoimento prestado na Delegacia de São Miguel do Iguaçu, Luis Felipe Manvailer relatou que levou a mulher de volta para o apartamento “em ato de desespero e não desejando deixá-la naquele estado”. Ele ainda afirmou que não tinha intenção de esconder o corpo.
Segundo o suspeito, ele e a mulher Tatiane Spitzner começaram a discutir em um bar de Guarapuava, quando a mulher pediu para ver mensagens no celular dele. Os dois resolveram ir embora e, no depoimento, ele conta que a briga se agravou em casa.
“Interrogado porque os vizinhos disseram que ela gritava por socorro, respondeu: que em dado momento, após ser empurrado o interrogado imobilizou-a no sofá projetando seu corpo sobre o dela sem forçar (…) que ela gritou por socorro e foi solta”, diz o depoimento anexado ao inquérito policial.
O suspeito diz que a mulher tentou correr até a porta, mas foi impedida por ele e, em seguida, ela correu para a sacada, chorando muito, e se jogou rapidamente, sem que ele pudesse alcançá-la.
De acordo com o depoimento, ele pegou o elevador com a intenção de socorrê-la e foi até a calçada onde Tatiane estava caída. Ele disse que se aproximou e chamou por ela.
Manvailer contou, em depoimento, que levou a mulher de volta para o apartamento “em ato de desespero e não desejando deixá-la naquele estado”. Ele ainda afirmou que não tinha intenção de esconder o corpo, conforme o documento da polícia.
O professor ainda explicou porque não chamou socorro. “Porque foi tomado de violenta emoção pela quantidade de sangue e pela coloração dela, que acreditou não ter o que fazer diante de tal condição”, diz um trecho do depoimento.
Ao deixar o apartamento, o suspeito informou à polícia que só pensava em ir para o local mais longe possível e negou que estava indo para o Paraguai.
Casal estava junto havia cinco anos (Foto: Reprodução/Facebook)
Audiência de custódia
Em audiência de custódia realizada na segunda-feira (23), Manvailer disse que perdeu o controle do carro na BR-277, a 300 km de Guarapuava, porque a imagem da esposa “pulando a sacada” não saía da cabeça dele. De acordo com a polícia, tudo leva a crer que o marido estava fugindo em direção ao Paraguai.
“Eu bati o carro porque, devido à situação, a imagem da minha esposa pulando a sacada não saía da minha cabeça”, disse Manvailler.
Audiência de custódia de Luis Felipe Manvailer foi realizada na segunda-feira (23), em São Miguel do Iguaçu (Foto: Reprodução)