Queiroz, por sua vez, teria sido pastor no ano de 2008, em uma igreja do Guará.A filha deles, segundo Marilene, mora no Nordeste e veio para o Distrito Federal após saber da tragédia que chocou a família.
De acordo com o relato da mulher, Marcelo e Francisco estavam juntos havia cerca de 5 anos.Entre o casal e o sargento acusado de feminicídio e homicídio, nunca teria havido desentendimento, segundo a testemunha.
Ele estava muito nervoso e agitado. Subiu rapidamente, depois desceu armado e chamando o Francisco para subir.”
Diante das ameaças, Marcelo, Francisco e o sargento subiram juntos para o apartamento. “Nós chamamos a polícia nesse meio tempo, mas não deu nem sete minutos e Marcelo desceu correndo, fugindo do sargento, que também correu atrás dele”, relata. “O Marcelo está péssimo. Ele viu o Francisco morrer de joelhos.”
Preso em flagrante após o duplo homicídio, Juenil Bonfim de Queiroz narrou, em depoimento, detalhes sobre a motivação e como agiu logo após cometer o crime.
Francisco relatou que após descobrir a suposta traição, teria conversado com Francisca e também avisado aos dois filhos o que estava ocorrendo. “Perante a família, ela [Francisca] prometeu não se relacionar mais com aquele homem”, contou o sargento em seu termo de declaração.
No entanto, de acordo com Juenil, em dezembro de 2018, ele teria tomado conhecimento de que Francisca continuaria a se encontrar com o vizinho e, por esse motivo, teria voltado a discutir com sua esposa.Naquela ocasião, o sargento teria tomado o celular da mulher e jogado no chão. Logo depois da briga, Francisca registrou boletim de ocorrência contra o marido.A Justiça decretou a aplicação de medida protetiva e Juenil foi obrigado a deixar o apartamento em que o casal vivia. No mesmo período, Francisca também saiu do imóvel, para morar com a filha.
Reconciliação
Ainda segundo os relatos de Juenil, após 45 dias, o casal retomou conversas e reatou o relacionamento, voltando a viver no apartamento do Cruzeiro.
Já em abril deste ano, o sargento contou ter ficado sabendo que a mulher tinha voltado a se envolver com Francisco depois de, supostamente, flagrar um diálogo entre a mulher e vizinho em “clima de romance”. “Na ocasião, interpelei Francisca, lembrando a ela o compromisso que fizemos, de que ela não se relacionaria mais com Francisco”, disse, em depoimento.O sargento relevou, também, que em determinado momento, a mulher teria confessado a ele que se encontrava com Francisco nos estacionamentos próximos ao prédio onde viviam. O ex-militar narrou aos policiais detalhes do que ocorreu no dia do crime.Juenil contou que, na manhã de quarta (12/06/2019), estava na companhia de Francisca e ambos foram até a casa do filho, na Asa Sul, para comemorarem o Dia dos Namorados. Por volta das 19h10, o casal deixou o local e retornou ao prédio do Cruzeiro. Ao chegarem ao edifício, encontraram Francisco, que estava na companhia das irmãs e de seu companheiro.
Quando se encontraram no pilotis do prédio, o ex-militar contou que Francisca teria pedido para que ele convidasse Francisco para subir, a fim de que os três conversassem sobre a situação. Ainda de acordo com o Juenil, Francisco teria aceitado o convite e todos foram até o apartamento. Marcelo, companheiro de Francisco, também teria subido.
Descontrole
Dentro do apartamento, Juenil teria discutido com Francisca e o suposto amante, determinando que ambos contassem sobre o relacionamento.
Os dois negaram que tivessem qualquer envolvimento amoroso.O ex-militar relatou ter se descontrolado, ido até o quarto e pegado uma pistola calibre .380.Ele abriu fogo contra Francisco, que acabou atingido por pelo menos dois disparos, um deles na cabeça.Em seguida, o sargento atirou na mulher. Assustado, Marcelo correu e conseguiu escapar.
O ex-militar disse que, após atirar, desceu e ficou embaixo do bloco aguardando a chegada da polícia. Juenil foi preso em flagrante e responderá pelo duplo homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
Via- Metrópoles