A história de gratidão de Zilma é sobre a mulher que, há mais de 30 anos, foi chamada para socorrer a vizinha grávida que estava “enrolando a língua”. Júlia usou uma colher para que ela voltasse a respirar, e a rapidez do gesto fez toda a diferença na vida da família.
Quando pensa em gratidão, a professora Zilma Abreu, de 54 anos, que mora em Campo Grande (MS), lembra da amiga Maria Júlia, que a ajudou quando teve complicações no penúltimo mês de gestação. Zilma teve eclâmpsia no final da gravidez do filho Roberto, no Rio de Janeiro, em 1988.
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Maria Júlia se tornou comadre de Zilma após ajudá-la em uma crise enquanto estava gestante. — Foto: Arquivo pessoal
Zilma estava com 8 meses de gestação, e à época, era inquilina de Maria Júlia. Ela relembra que na manhã do dia 2 de setembro daquele ano, teve uma crise e começou a passar mal, em casa. Sua irmã correu para chamar a dona da casa para ajudá-la. Ao chegar, a vizinha percebeu que Zilma não conseguia respirar:
“Eu estava na cama, enrolando a língua e com muita dor. A Júlia simplesmente largou tudo, pulou o muro e veio me socorrer, pegou uma colher e usou para abaixar minha língua, e eu voltei a respirar. Ela salvou nossas vidas com uma colher, a minha e do meu filho” relembra.
Em seguida, ela foi colocada em um carro, e seguiram para o hospital. Zilma conta que, ao chegar, devido a seu estado crítico, os médicos fizeram uma pergunta à sua irmã: “Perguntaram quem eles deveriam salvar, a mãe ou a criança, e disseram que somente um milagre faria com que os dois sobrevivessem”, relata.
Mas, como Zilma conta, o tal milagre aconteceu: o filho de Zilma nasceu após uma cesárea, mesmo prematuro, a criança sobreviveu e ela também. Os médicos atribuíram a recuperação à duas coisas: a pouca idade da paciente, e a rapidez com que Júlia socorreu a vizinha e levou-a para o hospital.
Como agradecimento, Zilma convidou Júlia para ser madrinha de seu filho. Hoje, a mãe de Roberto é professora em Campo Grande, e mora longe da amiga. Apesar da distância, ela e sua “comadre”, como a chama, sempre conversam. Elas nunca deixam de se falar em datas comemorativas, e fazem questão de mostrar a importância que têm na vida uma da outra.
Zilma comenta que pode parecer pouco, mas o fato da vizinha largar tudo para socorrê-la naquela hora, foi o que mudou a história dela e de sua família, que por questão de minutos, poderia não ter terminado em alegria. “Ela nos salvou, sempre terá minha gratidão” finaliza, emocionada.
* Estagiário supervisionado por Jaqueline Naujorks.
 
            
 
	
