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Ciro Gomes: o país quer um ficha-limpa na presidência

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Pré-candidato à Presidência pelo PDT. Foto: Reprodução – JC

“Nesse momento no Brasil quase todos os políticos centrais estão enrolados, quase todos e eu não”, afirmou o ex-governador Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre. “E a campanha está pedindo alguém ficha limpa, experiente, com história política que possa ser examinada”, acrescentou o pedetista.

Sobre a situação de Lula, Ciro comentou que torce para que ele seja absolvido. E, sobre a improvável candidatura do petista ao Planalto, o ex-governador acrescentou que “a candidatura dele – e digo isso com muito carinho e respeito -, é um desserviço a ele e ao Brasil. A ele, porque jamais vai replicar o extraordinário governo que fez. Ao País, porque, se ele for candidato, não se tem mais debate sobre o futuro da nação. É ódio e paixão em relação ao Lula, e projetará por não sei quantos anos esse negócio que está arrebentando com o País. Isso é o que eu penso, e dói em mim”.

Ciro Gomes criticou as privatizações que, segundo ele, são roubos. “Esse negócio de vender um país não é neoliberalismo. Isso é canalhice pura e simples”, alertou. “Quando a gente pega três hidrelétricas de Minas Gerais, e vende para o capital estrangeiro, o que acontece é que você entrega o regime de águas do país para o capital estrangeiro. Não é algo ideológico, é corrupção mesmo, de alto coturno”, argumentou. “Se tem uma quadrilha no poder no Brasil, isso eu sei bem quem são. Michel Temer (PMDB), Eliseu Padilha (PMDB), Geddel Vieira Lima (PMDB), Moreira Franco (PMDB), isso é tudo quadrilheiro. É bandido”, acrescentou.

“Outra coisa”, destacou o ex-governador, é que “jamais houve experiência na humanidade em que o “laissez-faire” (deixar fazer, em tradução livre) fosse encarregado de desenvolvimento. Respeito a iniciativa privada, que tem um papel indispensável ao progresso humano, mas ela jamais promoveu desenvolvimento. Até sabe fazer crescer a economia, mas tende à concentração, à iniquidade e instabilidade, como foi a crise de 2008”.

“Vocês estão falando com o próximo presidente do Brasil, esperem para ver. Eleição majoritária é resolvida de véspera”, frisou.

“O Brasil tem um modelo de desenvolvimento dependente de capitais externos. Há tarefas de fundo e outras de virada. As de fundo são levantar o nível de capital doméstico, que está baixíssimo para formação bruta de capital, que hoje é de 14% do Produto Interno Bruto (PIB). Com Lula, chegou-se a 17%. Ao contrário da mistificação neoliberal, o nível de formação de capital não é obra do acaso, mas consequência de arranjos institucionais que a política faz”, apontou Ciro.

“Tivemos a emergência da redemocratização, depois inflação, dois ciclos de consumo sem sustentação – primeiro no governo FHC (PSDB), que substituiu a ideia de país e nação por uma reeleição e ainda elevou os volumes de importação, e na passagem do primeiro governo Lula – que expandiu em quatro vezes o volume de consumo da população, sem nenhuma providência na produção. O País seguiu se desindustrializando pesadamente. Só não quebrou na mão do ex-presidente porque vivemos um ciclo exótico puxado pelos preços de commodities (grãos, metais e petróleo) e China”, apontou. “Consumo sem produção gera desequilíbrio, o que é insustentável”, completou Ciro.

“O País comigo vai tomar a deliberação de crescer, e o Banco Central perseguirá menor inflação a pleno emprego”, assinalou. “Onde estamos que o presidente da República pode ser qualquer um, mas o do BC não pode ter interferência? Evidente que não haverá interferência politiqueira e demagógica, mas vou buscar que os preços se comportem em favor da produção, da parcimônia e do trabalho, e não do consumismo populista. O câmbio tem de estimular a produção, e a taxa de juros será estressada para ficar abaixo da rentabilidade média dos negócios. Inflação boa é inflação zero”, disse Ciro.

Sobre o que vai fazer se Lula não concorrer, Ciro disse que não vai buscar o apoio do PT. “Eu não vou buscar, mas aceitaria o apoio do PT. Só para ser humilde, porque eles não vão me apoiar, como não apoiam ninguém”, avaliou. “É sintomático também que o maior e mais importante partido do Brasil não tenha um segundo nome”, completou.

Ao avaliar o governo Temer, Ciro disse que “ser aliado desse governo é o beijo da morte”. “Acho que o PSDB cometeu um erro de atacado produzido pelos velhos, que já estão cansados de perder e não têm mais a esperança no futuro, então resolveram cair de boca na esculhambação, tipo o Aloysio Nunes”, denunciou. “Se eles deixam a Dilma administrar essa loucura de política econômica que ela fez, totalmente errada, e esses números todos que estou lhe dizendo fossem imputados à Dilma, a eleição para eles hoje era um passeio. Se a Dilma estivesse no governo, ela que seria responsabilizada por esses números que eu dei aqui. Que tipo de situacionismo sobreviveria a isso? Nenhum”, avaliou.

Direto da Hora do Povo. Matéria de Janeiro de 2018

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