Espetáculo ″Espelhos: Instalação em movimento″ conclui mostra feminina na Galeria Trapiche
A mostra teatral “Espelhos: uma instalação em movimento” encerrou sua temporada na Galeria Trapiche Santo Ângelo, equipamento cultural da Prefeitura de São Luís, nesta quinta-feira (28). Ao todo, três espetáculos com temáticas femininas e uma instalação compuseram a mostra, promovida pelo Núcleo Atmosfera.
As intérpretes Rosa Ewerton Jara, Valda Lino e Marina Corrêa deram vida, respectivamente, a Frida, Ofélia e Safira, em espetáculos solos com elementos teatrais, dança e performance, fruto de pesquisa de personagens históricas e literárias. A instalação de encerramento, de mesmo tema da mostra, foi interpretada por Rosa Ewerton Jara e Marina Corrêa.
“A temática abordada é algo muito atual e que sempre iremos discutir em outras mostras, até porque a maioria do nosso elenco são mulheres e trazem este tema para o centro. ‘Espelhos’ é o fragmento de diversas obras de produções que desenvolvemos desde 2005, o desfecho de um ciclo de obras com temática feminina. Nossos próximos trabalhos pretendemos abrir também para outras vertentes da arte, voltando a experimentar o corpo e sua memória, o que ele constrói, o auto conhecimento do artista e seu corpo, e como isso se transforma em cultura”, contou o diretor geral do espetáculo, Leônidas Portella.
A diretora da Galeria, Camila Grimaldi falou da importância de novas parceiras para o equipamento e de diversificar sua programação. “Para dinamizar a Galeria precisamos realizar ações sem se limitar as artes visuais, apesar de ser nosso principal seguimento. Nas artes existe uma transversalidade que dialoga com outros públicos e ao trazer outras linguagens para cá conseguimos ocupar melhor este espaço e fortalecer nossa cultura”, pontuou.
Espetáculos
Na mostra ‘Espelho’, cada intérprete pesquisou e se envolveu com as personagens para fazer o espetáculo, extraindo aquilo que elas sentiram de cada obra e transformando em um solo autoral. O primeiro espetáculo foi interpretado por Rosa Ewerton Jara, que deu vida a pintora mexicana Frida Kahlo, conhecida pela sua força e viés revolucionário.
Em “OFÉLIA – Sem flores, sem rio, sem amor…”, interpretada por Valda Lino, a donzela indefesa e sem voz da obra de Shakespeare, morta em plena juventude após enlouquecer pelo amor por Hamlet, convidou o público a refletir sobre os diversos papéis da mulher na sociedade e o equilíbrio entre tantas formas de amar nos dias atuais.
Já ‘SAFIRA’, interpretado por Marina Corrêa, foi feito uma analogia entre um casarão colonial em ruínas e uma mulher de corpo usado, abusado e abandonado. No labirinto dos poros desse corpo-casarão mostrou-se uma resistência, força latente que grita, canta, dança e quer trazer a melhor maquiagem e o melhor perfume para reerguer pilares resistentes ao tempo e superar toda sorte de abandono.
A direção geral dos espetáculos foi de Leônidas Portella, com direção artística de Luciano Teixeira e Samuel Moreira; Produção de Júlia Martins; Iluminação: Renato Guterres; Operação de som: Samuel Moreira; Fotografia: Gisa Bausch e Samuel Moreira; Apoio técnico: Idalina Moraes e Designer gráfico: