Após o presidente Michel Temer (PMDB) acionar forças federais para desbloquear rodovias, por conta da greve de caminhoneiros que chegou ao quinto dia nesta sexta-feira (25), a 11ª Brigada de Infantaria Leve do Exército de Campinas (SP) colocou em prática o “Plano de Chamada”. A medida reúne todos os militares nas unidades para definir a atuação e realização da desobstrução da vias para permitir o reabastecimento de combustíveis nas distribuidoras.
Helicópteros do Exército foram acionados da base em Taubaté (SP) e sobrevoaram a Replan, maior refinaria da Petrobrás em Paulínia (SP), no início da noite desta sexta. Caminhoneiros impedem, desde segunda-feira (21), a entrada e saída de veículos na unidade.
A 11ª Brigada concentra cinco unidades em Campinas e outras cinco em Lins (SP), Pindamonhangaba (SP), Pirassununga (SP), São Vicente (SP) e Itu (SP).
Segundo o tenente-coronel Eduardo José Lopes Gonçalo, chefe da seção de comunicação social da Brigada, o Comando do Exército determinou que as organizações militares em todos os níveis tomem providências para que as tropas estejam nos quartéis em condições de receber ordens.
“A gente tem um procedimento de acionamento do Plano de Chamada, que tem os contatos e aciona os militares para que eles retornem ao quartel e aqui aguardem qual decisão que será tomada”, afirma Gonçalo.
A missão que será aplicada na região de Campinas e em todo o Brasil consiste em “distribuição de combustível nos pontos críticos; escolta de comboios; proteção de infraestruturas críticas; e desobstrução de vias e acessos às refinarias, bases de distribuição de combustíveis e áreas essenciais, a fim de evitar prejuízos à sociedade”, diz o comunicado do Ministério da Defesa.
A Brigada ainda não recebeu a definição de quais rodovias serão alvo da missão.
O sobrevoo do helicóptero na Replan faz parte do planejamento de como o Exército vai conduzir o desbloqueio de caminhoneiros no local.
Somando todas as cidades da área de cobertura, a Brigada tem um efetivo de quase quatro mil militares. Parte da frota está em missão no Rio de Janeiro por conta da intervenção federal. A Comunicação da Brigada disse que, caso tenham que sair em missão, o número de militares não será divulgado por medidas de segurança.
Aquartelamento
Na condição de retornarem ao quartel para aguardar a decisão do alto escalão do Exército sobre o desbloqueio de rodovias, os militares ficam aquartelados, ou seja, só poderão sair das unidades quando houver uma ordem de liberação, informou Gonçalo.
“Até acontecer uma definição e uma ordem de liberação, ninguém é liberado dos quartéis”, explica.
Logística e combustível
A falta de combustíveis proveniente da paralisação dos caminhoneiros também é “sentida pelas organizações militares”. Mas, segundo o tenente-coronel, um planejamento logístico é feito para determinar de onde vão sair as viaturas e como será o fornecimento de combustível, caso a missão ocorra de fato.
“A gente tem em Campinas os nossos reservatórios. Em relação a um emprego mais duradouro ou distante, é logico que, se for dada a missão, será providenciado para tal. O combustível não vai ser o motivo da não operacionalidade. Com certeza as tratativas serão feitas para que a operação seja desencadeada”, afirma Gonçalo.
Por enquanto, os militares já começaram procedimentos de verificação de viaturas e a viabilização da alimentação dos militares, além da concentração da tropa.
Fonte- G1