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‘A operação foi um fracasso’, diz procurador-geral de Justiça do CE sobre ação policial que deixou 14 mortos em Milagres

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Apesar de ter feito críticas a forma como a polícia agiu, ele ressaltou que a ação do bando foi a primeira causa da tragédia.

Carro em que vítima estava junto com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres, no Ceará — Foto: Antônio Rodrigues/DNCarro em que vítima estava junto com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres, no Ceará — Foto: Antônio Rodrigues/DN

Carro em que vítima estava junto com criminosos foi atingido por diversos tiros em Milagres, no Ceará — Foto: Antônio Rodrigues/DNO

procurador-geral de Justiça do Ceará, Plácido Rios, afirmou na tarde desta segunda-feira (10) que a operação policial que terminou em tiroteio e 14 mortos durante tentativa de assalto a bancos em milagres fracassou. “Não se está querendo criminalizar a atividade dos policiais, mas buscar razões pelas quais aquela atividade fracassou. A operação foi um fracasso sob todos os aspectos”, disse.

Ele cobrou protocolos rígidos neste tipo de ação. “Não verificamos nenhum protocolo de zelo com a vida de reféns”, disse. “É uma atividade de altíssimo risco tanto para policiais quanto para as pessoas envolvidas [na operação]. Conseguimos diminuir os riscos quando seguimos protocolos rigorosos de atuação. O Brasil todo está a nos cobrar respostas”, acrescentou.

Apesar da crítica à atuação policial, Rios ressaltou que foi a quadrilha que desencadeou a tragédia. “Sabemos que é uma quadrilha que já tem costume de práticas dessa natureza. Vinham sofrendo monitoramento das inteligências. Eles, sim, são os responsáveis diretos. Claro que a polícia pode ter tido excessos, mas o primeiro ato que desencadeou tudo isso foi dos criminosos e não dos policiais”, ressaltou.

Quatorze pessoas morreram após uma tentativa de assalto às agências do Banco do Brasil e do Bradesco, no Centro da cidade de Milagres, na madrugada de sexta-feira (7). Os assaltantes usaram um caminhão para bloquear a rodovia BR-116 e interceptar os carros de duas famílias, que foram mantidas reféns. O bando seguiu para a cidade e, próximo aos bancos, houve tiroteio entre a polícia e a quadrilha. Oito suspeitos e seis reféns morreram, sendo cinco da mesma família.

Oito pessoas suspeitas de participação na ação foram presas. A Secretaria da Segurança Pública informou ainda que os policiais militares apreenderam uma pistola 9 milímetros, um revólver calibre 38, uma arma calibre 12 e explosivos. Três veículos envolvidos na ocorrência, sendo um Celta e duas caminhonetes, foram apreendidos, conforme o órgão.

O governador do Ceará, Camilo Santana, comunicou nesta segunda-feira (10) que 12 policiais que participaram do tiroteio foram afastados das funções até a conclusão das investigações. Ainda conforme o governador, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) abriu uma investigação preliminar para analisar a conduta dos agentes.

O ministro da Segurança, Raul Jungmann, classificou o confronto entre policiais e assaltantes com 14 mortes como uma “tragédia” e disse que casos como esses “acontecem”. “Tragédias como essas acontecem. À medida que a gente possa antecipar e evitar, sem sombra de dúvidas, a sociedade agradece e a gente poupa vidas, que é o bem mais importante que a gente tem que proteger”, afirmou.

Criminosos fizeram reféns em direção a bancos em Milagres. Seis morreram, além de oito suspeitos — Foto: Arte/G1Criminosos fizeram reféns em direção a bancos em Milagres. Seis morreram, além de oito suspeitos — Foto: Arte/G1

Criminosos fizeram reféns em direção a bancos em Milagres. Seis morreram, além de oito suspeitos — Foto: Arte/G1

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