O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, e o executivo Ricardo Saud, foram à Superintendência da PF (Polícia Federal) em São Paulo e se entregaram à Justiça por volta das 14h deste domingo (10). Joesley e Saud ficarão detidos por cinco dias.
Joesley e Saud eram alvos de mandados de prisão temporária expedidos pelo ministro Luiz Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).
Na sexta-feira (8), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia solicitado a prisão de Joesley e Saud por terem omitido informações que seriam relevantes no acordo de colaboração premiada firmado com o MPF (Ministério Público Federal). Fachin decidiu pela prisão na própria sexta, mas, como o processo corria sob sigilo, a informação só foi divulgada oficialmente neste domingo.
Segundo o ministro, tanto a prisão de Joesley quanto a de Saud são necessárias por causa da “probabilidade de que os representados, uma vez em liberdade, possam interferir no ato de colheita de elementos probatórios”.
“Há indícios de má-fé por parte dos colaboradores ao deixarem de narrar, no momento da celebração do acordo, que estavam sendo orientados por Marcello Miller, que ainda estava no exercício do cargo, a respeito de como proceder quando das negociações, inclusive no que diz respeito a auxílio prestado para manipular fatos e provas, filtrar informações e ajustar depoimentos”, disse Fachin a respeito do pedido de Janot.
Procurador
Janot também havia pedido a prisão do ex-procurador Marcello Miller, mas Fachin não viu por ora, “elemento indiciário” de que ele tenha sido “cooptado pela organização criminosa” com a “consistência necessária à decretação da prisão temporária”.
O ministro, porém, aponta que “há indícios de que pode ter praticado o delito de exploração de prestígio e até mesmo de obstrução às investigações”.
Fonte UOL