No Maranhão foram registrados 50 casos de feminicídio em 2017. Desse número, nove ocorrências aconteceram somente na Região Metropolitana de São Luís, além dos outros casos que foram enquadrados como tentativa de feminicídio.
No ano passado, a polícia conseguiu prender 280 homens somente na Região Metropolitana de São Luís, que foram acusados de cometer crimes contra as mulheres e a maioria desses foram registrados como lesões corporais. Até fevereiro deste ano, o número de casos de feminicídio chega a onze registros.
Nesta quarta-feira (7), o achado de uma ossada humana perto da subestação de energia de Alcântara, a 30 km de São Luís, aumentou a suspeita de mais um caso de feminicídio no Maranhão.
A suspeita da família é de que o corpo seja da empregada doméstica Alexandrina do Livramento Garcia, de 36 anos, que desapareceu no dia 20 de novembro do ano passado. Antes de desaparecer, ela estava na companhia do marido Cleiton Mendes, o principal suspeito de ter cometido o crime. Ele chegou a ficar um mês preso, mas como o corpo da vítima não foi encontrado, ele foi solto pela Justiça. Em seus depoimentos, o suspeito negou o crime.
Agora a família da vítima aguarda o resultado da pericia na ossada para por fim a um sofrimento que já dura três meses. “No meu coração eu já estou sofrendo, minha cabeça está pensativa. Não sai do meu sentido e da minha cabeça, a minha filha. Todos os finais de semana ela vinha aqui, nos dias de folga que eram as terças-feiras ela também vinha aqui”, conta Feliciana Garcia, mãe da vítima.
polícia ainda procura por Nahim Lemoel da Silva Ribeiro, que em 2017, ateou fogo na mulher e ainda a trancou em casa em chamas, para que ela não conseguisse sair e morresse queimada. A vítima Diele Yasmin Viana Costa, de 22 anos, conseguiu ser resgatada pelos vizinhos no bairro Cidade Operária em São Luís. Ela foi levada para o Hospital Socorrão II e teve 40% do corpo queimado. O agressor está solto e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Apesar das denúncias serem realizadas diariamente na Delegacia da Mulher em São Luís, muitas mulheres acabam desistindo de levar o processo adiante para tentar proteger o agressor, mas segundo a polícia é dado o andamento nas investigações.
“Se tratando dos crimes de lesão corporal que são crimes de ação penal pública em condicionada, ainda que a mulher não queira dar procedimento à investigação esse inquérito tem que ser incluído e remetido a Justiça. Nos casos de ameaça, uma vez instaurado inquérito ele é remetido à justiça e lá, caso essa mulher já tenha se reconciliado ou queira desistir ela pode fazer isso. Toda investigação aqui iniciada tem que ser finalizada e remetida ao Poder Judiciário”, explica Wanda Moura, Delegada da Mulher.