Ato de solidariedade ocorreu na terça-feira (10) na cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo. Caso repercutiu nas redes sociais
Uma diarista e manicure, de 56 anos, encontrou um boleto com o dinheiro do pagamento em uma rua do centro de Araçatuba, na última semana. Ela então foi a uma lotérica e efetuou o pagamento, depois de se submeter a uma longa fila. O caso de solidariedade chamou a atenção nas redes sociais.
Ao R7, a diarista Devanir de Souza Cecondino contou que estava atravessando a rua no centro da cidade momentos antes de chegar em uma casa para trabalhar quando encontrou o boleto no chão, na última terça-feira (10).
Ela relatou que o dinheiro a ser usado para efetuar o pagamento estava dentro do envelope e, em seguida, não pensou duas vezes: “na frente tinha uma lotérica, daí eu entrei e paguei” — a dona Cecondino informou que enfrentou uma fila de 1h15.
O boleto, conta Cecondino, tratava-se de uma conta de CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) no valor de R$ 215,19. Depois, a diarista foi trabalhar. Nesse momento, compartilhou uma foto do boleto em uma rede social. “Eu publiquei não com a intenção de me mostrar, mas para entregar à dona o boleto e o troco (R$ 4.81)”, diz.
Após ajuda do companheiro e do filho, encontrou a vendedora Renata Gomes no dia seguinte. “Eu tinha dado o boleto para uma amiga pagar e ela me disse que perdeu. Nesse momento, meu mundo desabou”, relatou a vendedora ao R7. “A gente trabalha para pagar conta né? Tudo é muito apertado”, disse.
Horas depois, quando encontrou a diarista, agradeceu: “Eu chorei. Não acreditava que tinha acontecido comigo”. Renata conta que a aflição que sentia deu espaço ao sentimento de tranquilidade e de paz.
O ato de solidariedade foi parabenizado em comentários na rede social e por amigos. “Todo mundo me elogiou, mas eu não fiz nada demais”, diz. Dona Cecondino acredita que sua ação foi “normal” e espera que “qualquer um faça o mesmo”.
“Ela até ficou minha amiga depois disso”, riu a diarista, que ganha R$1.300 mensalmente. “Não tem dinheiro no mundo que pague o que ela fez por mim”, argumenta a dona do boleto.