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Desaparecidos no AM: órgãos de imprensa criticam falta de informação

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Onze organizações enviará nesta terça-feira (7/6), um pedido de audiência urgente com os ministros da Justiça e da Defesa

Entidades de defesa da liberdade de expressão e de imprensa no Brasil cobraram celeridade nas buscas pelo jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, desaparecidos no Vale do Javari, no Amazonas.

Onze organizações enviaram, nesta terça-feira (7/6), um pedido de audiência urgente com os ministros da Justiça e Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres, e da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

O documento expressa apreensão com “as buscas lentas e a falta de informações” sobre o caso. O texto é assinado por 11 organizações, entre elas a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

“Até a noite de segunda-feira (6/6), as informações divulgadas pela imprensa tratavam de um operativo limitado para as buscas de Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips no local”, dizem as organizações, no pedido enviado.
Veja lista completa abaixo
“Requeremos que seja concedida prioridade e urgência nas missões de busca de Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips, e também que o governo brasileiro receba as organizações para uma audiência emergencial, em que informações sobre o andamento das buscas possam ser compartilhadas e atualizadas”, completam.

Autoridades de segurança retomaram as buscas na manha desta terça. A operação é coordenada pela Marinha, em parceria com a Polícia Federal e a Força Nacional.

Veja entidades que assinam o documento:
– Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
– Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil (ACIE)
Associação de Jornalismo Digital (Ajor)
Artigo 19
– Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ)
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)
– Instituto Tornavoz
Instituto Vladimir Herzog
– Intervozes e Repórteres sem Fronteiras (RSF)

Entenda o caso
Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), o jornalista e o indigenista se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua próxima ao Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar algumas entrevistas com os habitantes daquela região.

Segundo os relatos, os dois desapareceram quando faziam o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte. O desaparecimento ocorreu no domingo (5/6).

Indigenista renomado
Bruno é considerado um dos indigenistas mais experientes da Fundação Nacional do Índio (Funai). No órgão desde 2010, ele foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Acabou demitido, em 2019, após combater mineração ilegal em Terras Indígenas.

A exoneração de servidor ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou um projeto para liberar garimpos nas reservas.

O indigenista está licenciado da Funai, e atualmente faz parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).

Jornalista prepara livro
Dom Phillips é um jornalista colaborar do jornal britânico The Gardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e mora em Salvador.
Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente, com apoio da Fundação Alicia Patterson.

Além do The Guardian, Phillips já publicou trabalhos no Financial Times, New York Times, Washington Post e em agências internacionais de notícias.

https://www.metropoles.com/brasil/desaparecidos-no-am-orgaos-de-imprensa-criticam-falta-de-informacao

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